14.4.05

Insones

[Transcrição]

Brrriiiiiiiiing...

- Alô?

- Oi, Zê.

- ...

- Sou eu...

Plem!

Dez segundos depois.

Brrrriiiiiiing...

Brrrriiiiiiing...

Brrrriiiiiiing...

- Que é que você quer?

- Nada muito sério. Como você tá?

- De saco cheio pra atender telefonemas inconvenientes no meio da noite.

- Tava dormindo?

- Não te interessa.

- Tava pensando em mim?

- Vai pra puta que pariu!

Plem!

Dois minutos depois.

Brrrriiiiiiing...

Brrrriiiiiiing...

Brrrriiiiiiiiiiiiiiiiiing!

- Caralho!

- Zê, desculpa.

- Hã?

- Desculpa ligar essa hora.

- Agora você tá me deixando assustado. Nunca te vi pedir desculpas por nada.

- Babaca.

- Pronto, essa é a puta que eu conheço. Cê não tá com problemas, tá? Porque se estiver eu quero que se foda.

- Tu... tu... tu... tu...

Plem!

Trinta segundos depois.

Brrrriiiiiiing...

- Fala.

- Zê, o lance é sério.

- Ah...

- Zê, cala a boca um instante? Porra, tô falando que o lance é sério!

- Então desembucha, cacete!

- ...

- Vai entender! Me manda calar a boca, faz um suspense, e depois fica muda! Quer saber? Vai tomar no olho do cu! Piranha! Vagabunda!

- Amanhã eu vou aí.

- E isso por acaso é importante? Nem precisava se preocupar em ligar. É só aparecer aqui que enfio a porta na tua cara.

- É sério, Zê. A gente tem que conversar.

- Então fala logo, caralho! Precisa fazer esse suspense todo?

- Até amanhã...

- Espera aí!

- Tu... tu... tu... tu... tu... tu... tu... tu... tu... tu... tu...

Plem!

[Fim da Transcrição]

Pronto, acabou com minha noite. Acabou com meu dia.

Merda.